segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Refutando mito nº 1: as Cruzadas foram contra pacíficos muçulmanos que nada fizeram contra o Ocidente

Altar em Gante, cavaleiros de Cristo, Jan van Eyck.
Altar em Gante, cavaleiros de Cristo, Jan van Eyck
continuação do post anterior

Não há nada de mais falso.

Desde os tempos de Maomé, os muçulmanos lançaram-se à conquista do mundo cristão.

E fizeram um ótimo trabalho: após poucos séculos de incessantes conquistas, os exércitos muçulmanos tomaram todo o norte da África, o Oriente Médio, a Ásia Menor e a maior parte da Península Ibérica.

Em outras palavras: ao findar o século XI, as forças islâmicas já haviam capturado dois terços do mundo cristão.

A Palestina, terra de Jesus Cristo; o Egito, berço do monaquismo cristão; a Ásia Menor, onde São Paulo estabeleceu as primeiras comunidades cristãs.

Não conquistaram a periferia da Cristandade, mas o seu núcleo. E os impérios muçulmanos não pararam por aí: continuaram pressionando pelo leste em direção a Constantinopla, até que finalmente a tomaram e invadiram a própria Europa.

Se uma agressão não-provocada existiu, foi a muçulmana. Chegou-se a um ponto em que só restava à Cristandade defender-se ou simplesmente sucumbir à conquista muçulmana.

A Primeira Cruzada foi convocada pelo Papa Urbano II em 1095 para atender aos apelos urgentes do Imperador bizantino de Constantinopla, Aleixo I Comneno (1081-1118).

Urbano convocou os cavaleiros cristãos para irem em socorro dos seus irmãos do Leste.

Foi uma obra de misericórdia: livrar os cristãos do Oriente de seus conquistadores muçulmanos.

Em outras palavras, as Cruzadas foram desde o início uma guerra defensiva.

Toda a história das Cruzadas do Ocidente foi a história de uma resposta à agressão muçulmana.


Thomas F. Madden, Professor de História
e Diretor do Centro de Estudos Medievais
e Renascentistas na Universidade
de Saint Louis, EUA


(Autor: Thomas F. Madden. Fonte: Ignatiusinsight.com)



continua no próximo post





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segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Toda a verdade sobre as Cruzadas. Refutando falsos mitos

O Beato Papa Urbano II prega a I Cruzada
O Beato Papa Urbano II prega a I Cruzada

Muitas pessoas, no Oriente e no Ocidente, consideram as Cruzadas uma mancha negra na História da Civilização Ocidental em geral, e da Igreja Católica em particular.

Citadas por ambas as partes no conflito entre os Estados Unidos e os terroristas árabes, as Cruzadas voltaram aos noticiários, aos filmes e às séries de televisão.

Propalam-se velhos mitos e reacendem-se discussões. Um bom exame da História das Cruzadas é, portanto, indispensável.

O Presidente George W. Bush foi infeliz quando chamou a guerra contra o terrorismo de “Cruzada”, tendo recebido inúmeras críticas por empregar uma palavra que seria tão ferina e ofensiva para com os muçulmanos de todo o mundo.

No entanto, os próprios árabes também fazem uso desse termo. Osama bin Laden e o Mulá Omar com frequência chamaram os norte-americanos de “cruzados”, e qualificaram os atuais conflitos como uma “Cruzada contra o Islã”.

De fato, as Cruzadas estão bem presentes na memória do mundo muçulmano.